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terça-feira, 29 de julho de 2014

Olhe... eu aposto que seria verdade, se não fosse mentira da mente.

Olhe... eu aposto que seria verdade, se não fosse mentira da mente.

Nós vivemos numa terra
Onde toda boca mente...
E o pensamento está nela.
Eu aposto que seria verdade, se não fosse mentira da mente.

As pessoas sabem o que são.
Quase ninguém é demente.
Todos têm um bom coração.
Eu aposto que seria verdade, se não fosse mentira da mente.

O dinheiro está em segundo plano.
Nessa questão, o mundo é inocente.
Ninguém dá nada por um pano.
Eu aposto que seria verdade, se não fosse mentira da mente.

Não vivemos num planeta invisível.
Cabelo desajeitado precisa de pente.
Toda boca é destrutível.
Eu aposto que seria verdade, se não fosse mentira da mente.

Na vida... tudo apenas é, como se não houvesse um sentido.
Tudo que é bom vem de presente,
Apenas como se nada tivesse acontecido.
Eu aposto que seria verdade, se não fosse mentira da mente.

As pessoas agem sem consciência.
Tudo que se passa fica bem longe da gente.
Isso se resume a uma vivência.
Eu aposto que seria verdade, se não fosse mentira da mente.

Eu ajo porque sou animal.
Se sorrio, sou sorridente.
Vivo uma simples vida, normal.
Eu aposto que seria verdade, se não fosse mentira da mente.

Os acontecimentos estão no jornal,
Mesmo que seja notícia doente.
Os leitores sempre leem mal.
Eu aposto que seria verdade, se não fosse mentira da mente.

Enfim, o viver tem 80 anos.
Quem não crê... é uma semente
Precisando de seres humanos
Eu aposto que seria verdade, se não fosse mentira da mente.


Tarcísio Feliciano [21/04/2014]

FOME DA SOBRA DE TEMPO

Fome da sobra de tempo
 
Tarde paralisada.
Inicia-se agora,
Com toda demora que o mundo tem para dar.
Trabalhada na ociosidade.
Amarraram o tempo de verdade.
Começando com um terço dos relógios.

DURANTE UM PICOSSEGUNDO, OS PENSAMENTOS DE ALFREDO FELICIANO VIRARAM UM SOM ALTO E BASTANTE CLARO:

"O meu corpo está doendo.
O meu braço esquerdo está doendo.
Minha mão está doendo.
A ponta do meu dedo está doendo.
É o ócio.
Eu juro.

É irreversível e não tem água que cure.
O meu dedo está queimando.
Esse mês não passará nunca!
Eu sou o culpado.
Eu sou culpado porque sou compatível com a fúria."
 
Terminaram de abocanhar o segundo,
Tendo se passado o ‘mili’ de um.
Interessante, esse mundo, vulnerável que só.
Impera o silêncio; os fótons caminham para longe.
Começou pelo findável e viu o fim mais doloroso na eternidade.
Comece. Note o oceano, emaranhado, que te cerca e que te afoga em vida.
Temos vivido sempre no meio e desejando o início de tudo... e o fim, claro.
Tínhamos atribuído àquele que manda brasa, o querubim, o final.
Atribuindo também, da mesma forma, o início ao barbudo onipotente.
Apenas posso chamar de tolo o tal bóson.
Cercando o início, a metade e o fim,
Certeiro é o ócio, que engole o tempo sem meio.
 
Terminei descobrindo que o tempo não me desfaz.
Tampouco importaria se o ‘tic’ fosse ‘cit’.
Trovejou e bradou a demora, em meu ouvido mais sensível.
Impertinentemente, as ondas se esbarram de forma vagarosa.
Infelicidade minha.
Ingênuo eu sou, se acredito em ilusões.
Certamente, o ócio se aproveitou de um semelhante.
Cabe a mim provar o meu sabor agridoce.
Cunegundes está em apuros.
Tarde demais, Pangloss.
Tua inocência demasiada não tinha fome, mas tinha um corpo para se devorar.
Ter dó?
A mente vazia é um caos na lama.
Ao homem não coletivo resta a necessidade de gritar, mas sem muito alarde.
À senhora que come: eu agradeço pela delonga.
Calma, ainda baterá.
Claro que não precisa de mais gritaria, já não ouço.
Cessou. (...c...)
 
 
O ócio tem tempo de sobra porque se alimenta de todo o tempo que resta.

Tarcísio Feliciano

MONÓLOGO AO PÉ DO GALO

MONÓLOGO AO PÉ DO GALO

O galo Bonifácio já diz: "Bom dia!". Mas é cedo demais, galo, ou, para meus olhos, suculentos, apimentados e ensanguentados, é demasiadamente tarde. Um dia se passou muito rápido, galo. O tempo se amoleceu todo, derreteu, galo. Todos nós vimos à terra com barras de tempo contadas, numa precisão extraordinária, galo. A quentura é enlouquecedora, o espaço se desloca facilmente, sem mover sequer um dedo, Bonifácio. O tempo é velocista, maratonista, Bonifácio. Mas o tempo não existe. Coitados. Tolos. Brutos. Fingem bem ou absorvem mal, Bonifácio? O tempo foi moldado pelos dedos - perfeitos - das mãos do criador criacionista barbudo grisalho, meu galinho. Bendito sois vós entre os malditos e mal pensados 'wheymen'. Como são falhos os pais, a apostolicidade romana toma conta dos mal comportados, criados e ensinados. Agora, bem comportadas, ovelhas se vestem pomposamente, como deputados e ‘presidentas’: paletó e gravata; grandes saias. Pobres são aqueles que balem, meu querido galo.


Tudo é pecado, meu querido galo. Não pode, meu querido galo. É feio. É escroto. É alto demais. Ah, este aqui é melanina pura, impuro, meu amado galinho. Este cravo não gosta das rosas, nem deveria ter nascido. O quase homem, Deus, é Adolf, austríaco. Deus opina demais, seleciona demais, fala demais, pune demais! Ou será que não, meu amado galinho? Não se conta o tempo, não se mede, meu melhor amigo! Não se conta Deus, nem conta, nem mede, meu melhor amigo galinho Bonifácio. 

Tarcísio Feliciano de Araújo Neto. 19/10/2013

THE FIRE WALKS WITH ME

THE FIRE WALKS WITH ME

Vêm de uma faísca, 
Que nunca anda só;
Une-se ao 'testosteróne', ele suga e pare.

A vida nasce nas brasas,
Onde deus dança balé.
O pó, que vivia deitado,
Levanta, fica em pé.

Cefaloides, ou a-,
Chamam a fumaça para entrar:
Seja bem-vinda, água do hell,
Nuvem do céu negro.

Entre e saia, sempre que quiser...
Sejas tu homem ou mulher.

Recarregue-se em meus pulmões,
Acorde entre os meus lábios...
Me beije, vida.

Feliciano. 21/11/2013

Água Marrana [PARTE I]

Água Marrana [PARTE I]

EM QUEM SERÁ QUE O CÉU PENSA?
MAS O CÉU NÃO PENSA, FRANCISCO.
TALVEZ, POR ISSO, É TÃO ARISCO.

NÃO DÁ PARA DEFINIR, AO CERTO, MAS A GENTE TENTA.


NÃO SEI COMO AQUELE GRÃO AGUENTA,
NOS DIAS DE HUMOR MAIS EXAGERADO.
NÃO SEI COMO NÃO SOFRE AFOGADO.
PODE SER PORQUE A CHUVA CHORADA ACALENTA.


É UMA PENA QUE O LAR QUE ABRIGA DEUS SEJA TÃO CALMO.
NO POBRE DESERTÃO, NÃO CAI SEQUER, DE CHUVA, UM PALMO.
ESTÁ FALTANDO A MOLECADA PARA BRINCAR DE SOLTAR PIPA
E INUNDAR OS MUGIDOS QUE ABREM FERIDA.



Feliciano. 20/12/2013

quarta-feira, 23 de julho de 2014

Begin

Já que são poucos e insuficientes os ouvidos, utilizarei este rancho para guardar meus pequenos pensamentos, para que eu possa registrar as fotos da minha personalidade.

Estive lendo sobre as diferenças entre o animal propriamente dito e o homem, essencialmente se tratando da espécie. A leitura me satisfez bastante, porque eu já havia dito a mim mesmo coisas semelhantes e trabalho muito em cima dessa tese, que diferencia o homem homem do homem animal. Por mais incrível que pareça, o homem humanizado, parcialmente, se concentra em cerca de dois por cento da população terrestre. Mas ainda não me sinto preparado para falar a respeito.. talvez surja alguma poesia, um pequeno texto... não sei. Deixarei acontecer.

Hoje, foi um dia marcante: o dia do desencarne do mestre das letras, Ariano Suassuna. Sei muito pouco a respeito dele, mas ele escreveu a estória mais gostosa e engraçada que eu já vi e ouvi. Como sonho em ser escritor, espero poder chegar perto de 10% do que ele representa para a literatura mundial. Torcemos para o mesmo clube, já é um bom começo. Brincadeira.

Estou precisando cuspir uma pequena poesia para deixar uma saliva meio ácida, que me incomoda bastante, para trás. Preciso muito dessa libertação. É meu último compromisso com a situação. Este dia foi o vigésimo terceiro do sétimo mês de 2014.